Acho que não é novidade para ninguém que eu adoro uma fofoca, uma confusão, um barraco. Desde que não me envolva, claro.
Antes de ir pra Inglaterra, eu realmente adorava participar das reuniões de condomínio onde eu morava para assistir às tretas causadas pela membro do Estado Islâmico que morava no andar de cima ou ainda pelo velho barraqueiro que queria ser síndico.
A vida em prédios e condomínios é cheia desses momentos. E não poderia ser diferente. Qualquer grupo que reúna pessoas completamente diferentes com apenas uma coisa em comum é um caldeirão de conflitos. É a dificuldade de se viver em sociedade, não é mesmo?
Por isso, quando uma vizinha decidiu criar um grupo de whatsapp para os moradores dos dois prédios desse condomínio, eu achei que teria muito, mas muito material para rir.
“Ajuda mútua” é o cacete, boleira. Eu quero é treta!!
Estou esperando até hoje.
O mais próximo que chegamos de algo interessante foi quando vieram podar a árvore da entrada do prédio. Uma moradora fez um drama sobre o ninho de uma asa branca que ela via da janela, dizendo que o síndico estava cometendo crime florestal. Outra ameaçou chamar o polícia por causa disso.
Mas aí logo vem a estraga-prazeres falar “gente, esse não é o intuito do grupo. Registrem a reclamação no caderninho da portaria”.
Se o propósito de um grupo no whatsapp hoje em dia não é causar tretas e confusões, pra que participar, não é mesmo?
Em vez de discussões acaloradas, todos os dias recebo mensagens de Deus e de bom dia da vizinha crente. Em vez de fofocas e reclamações, temos mensagens motivacionais e avisos administrativos.
É muito deprimente saber quem com tanto potencial, o grupo do prédio é tão sem graça quanto os bolos da moça.
Mandem fofocas e açúcar, por favor.