Corre que a imaginação tá vindo!

A maior prova de que eu tenho um sério problema de vício em ficção não é a lista de mais de 90 séries que acompanho. Nem a quantidade de livros que tenho na estante ou de filmes que faço questão de comprar… Não… A evidência clara de que estou quase no fundo do poço é a minha reação física às obras que leio/assisto/escuto.

Eu vou e volto a pé do trabalho. São cerca de 40 minutos de caminhada, duas vezes ao dia. Como eu não aceito perder esses 80 minutos diários para a vida, ocupo meu tempo da maneira menos arriscada: ouvindo audiobooks e podcasts.

Já falei aqui sobre como não sou lá muito discreta quanto às risadas, lágrimas ou sustos decorrentes do que estou ouvindo, mas, ahh meus amigos, certos arquivos provocam reações muito mais ridículas do que a gargalhada no metrô. Especialmente porque no metrô ou no trem eu podia olhar pro chão. Caminhando a paisagem é outra.

Pois bem, descobri um podcast chamado Limetown. Algum site recomendou dizendo que a série era uma mistura de Serial com Arquivo X.

Não precisava de mais nada para despertar meu interesse. Baixei o primeiro episódio no mesmo dia.

Limetown, assim como Serial, acompanha uma jornalista tentando desvendar o mistério de Limetown, uma cidade que desapareceu por completo de uma hora pra outra. Um dia estava cheia de pessoas passeando e ordenhando vacas e em um minuto PUF, a centena de moradores de lá sumiram sem deixar vestígios.

Claro que é uma ficção. E claro que os atores que narram essa história não conseguem, nem de longe, passar a mesma convicção da Sarah Koenig. Mas quem precisa de talento dramático quando, no meio do meu caminho, tem isso aqui:

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10 minutos de caminhada e eu me deparo com essa Minnie (ou seria um Mickey transgênero) demoníaca olhando para mim como quem diz “sabe essas pessoas que desapareceram nessa cidade aí…? VOCÊ É A PRÓXIMA”

E o que é a crise, né, minha gente? Chega pra todo mundo. Inclusive pra Minnie.

Dilma

A música, a narração (mesmo que meia boca) e a história são mais do que suficientes para ter a certeza de que Minnie possuída está me perseguindo e vai me fazer sumir, assim como todos os moradores da fictícia Limetown.

Corro, passo por ruas escuras, sou obrigada a tirar o fone.

Por que o que eu descubro nessas horas é que eu definitivamente seria uma das primeiras a morrer no caso de um ataque de Boneco Assassino, Ghostface ou apocalipse zumbi.

Eu iria ficar ali, parada, incrédula, enquanto a Minnie maldita avançaria na minha cara com seu corpo de leptospirose.

Mas que bom que tudo não passa de imaginação, né? Que bom que a Minnie não sai de lá… Basta ignorar.

Só que aí, alguns dias depois…

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CORRE, LAIS! AQUELE PERNALONGA PEDÓFILO SABE O QUE VOCÊ FEZ E ESTÁ ATRÁS DE VOCÊ!!!!!!!!!!!!!