Mais uma padaria francesa?

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Não sei se já contei essa história por aqui, mas um dos momentos mais “Vila Madalena” que passei nesse bairro foi quando testemunhei uma mulher gritando na rua, em frente à construção de uma Le Pain Quotidien “Não acredito! Eu peço uma padaria popular e me vêm mais duas francesas?”

Foi um momento engraçadíssimo que eu uso sempre que posso para explicar o que eu acredito ser o espírito desse bairro: aquela gente que total tem condições de comprar o pão gourmet de cada dia em uma ‘boulangerie’ (ou, popularmente, padoca) estilo Jardins, mas prefere que ele seja entregue enrolado em papel jornal, das mãos de um dono de food truck. E se tiver de pagar o dobro do preço, tudo bem. É rústico, é gourmet, é estilo.

Assim como todo mundo, eu já estou bem cansada dessa ‘gourmetização da vida’, mas eu não sei se as pessoas pararam para pensar no que exatamente seria isso.

Ganhamos em qualidade? Não. Mas abrimos mão da praticidade em nome do estilo hipster de ser.

Hoje, em uma tentativa de me afastar do XBox (Yuhuuu aceito sugestões de jogos) e de avançar mais no TCC (que eu uso como desculpa para ter abandonado esse blog desde abril), busquei refúgio na padoca que tanto enfureceu a minha vizinha.

O fato de a padaria ser “francesa” não me incomoda. Mas sabe o que me incomoda?

Ter de tomar capuccino em uma tigela:

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Para tomar o “capuccino gourmet” no maior estilo asiático, com direito, inclusive, a palito misturador de bambu, fui obrigada a abrir mão da praticidade do cabo do caneco.

Para acompanhar o chá verd… ooops… o capuccino, pedi o “pain au chocolat”.

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Servido em uma tábua de frios com uma faca de passar.

Me diz, o que eu faço com essa droga dessa faca? Porque cortar o pão não rolava. E não tinha nada para passar nele, meus amigos. Não se enganem.

Foi tanto farelo voando na minha cara na tentativa de comer esse pão em uma tábua, que eu pedi a conta e fui embora.

E aí eu pergunto: adiantou me refugiar ali para fazer o TCC?

CLARO QUE NÃO. Porque eu tive vontade de voltar logo para casa só para reclamar aqui no blog.

*Enfim… Em nome da procrastinação e graças à inspiração proporcionada por “trabalhadores de starbucks”, é possível que esse blog volte a ser atualizado.

 

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